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15.8.10

Shimpaku Summer Styling

Aqui no Japão, por estes dias, há uma espécie de feriado nacional. Por isso, como já tinha escrito no post anterior, Oyokata não esteve. Por um lado foi bom, deu-me oportunidade de acalmar ligeiramente o ritmo. Pelo menos, já consegui acertar o jat-leg.... lol. Como ficamos poucos em Taisho-en, a rega ocupou uma boa parte dos dias. Mesmo quando não é preciso regar, é necessário estar sempre a confirmar. São muitas árvores e está muito calor.
Antes de se ausentar, Oyokata deixou-me dois shimpaku (juniperus Itoigawa) para trabalhar. Desaramar, limpar, abrir sharis, voltar a aramar e estilizar. O Jarek ficou encarregue de me orientar no trabalho. Explicou-me a aramação “Taisho-en way”. Não há cá truques. Nada de ganchinhos e coisas do género. Para além do arame não se poder sobrepor, todo tem de fluir pelos ramos. E usar o menos possível. Arame de cobre claro (que saudades que eu já tinha!). Como tinha mais algum tempo, fiz a parte da madeira morta à mão e com mais detalhe.
Aqui fica o resultado:
Shimpaku - antes

Shimpaku - depois

Shimpaku - antes

Shimpaku - depois


Hoje de manhã, Oyocata voltou. Logo pela primeira hora, disse-me para ir buscar as árvores. Olhou, voltou a olhar, alterou uma ponta ou outra e depois pediu-me para ir buscar mais. Trouxe uma e ele riu-se. “Porque é que só trouxeste uma? Mais!” Pronto, voltámos à correria...
Estas são árvores ainda a “meio caminho” de ser bonsai. Por isso o trabalho é ligeiramente diferente. Oyokata foi-me explicando que a imagem pretendida é, como na natureza, de uma árvore de montanha. Com um movimento que desafia a gravidade. “No ground tree”. Não é uma árvore que cresce calmamente na terra. A forma, mesmo sendo Moyogui, deve quase atirar para o han-kengai. Pegou numa caneta e exemplificou duas possibilidades para a árvore que estavamos a trabalhar.

Corta assim, abre o shari desta forma, nesta não se mexe corta só o arame... enfim, foi uma bela manhã de verão de volta dos shimpaku... um atrás do outro.


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